>  Autoconhecimento   >  Um novo olhar sobre a psicologia

No dia 27 de agosto comemoramos o dia do Psicólogo, um profissional que ganhou potência e força nestes últimos anos. Aquela frase: “psicólogo é coisa de louco” ficou no passado.

Diante de tantas dificuldades, e nestes momentos pandêmicos, fazer terapia virou essencial e necessário.

“Associação Brasileira de Psiquiatria calcula que demanda aumentou 82% em consultórios particulares de todo o país. Número de atendimentos nos 95 endereços dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) de SP passou de 24 mil em setembro de 2019 para 52 mil em outubro de 2020.”

Cuidar da saúde mental está em evidência, inclusive nas Olímpiadas, deste ano, este tema veio à tona e a importância de falar sobre isso. Cada dia mais nos abrimos para a vulnerabilidade e o que de verdade está presente em nossas vidas. Dizer que não consigo, ou isso é muito para mim tem sido importante para quebrar a visão do perfeito e daquilo que é inatingível.

Descobrir estas imperfeições nos trazem mais perto da realidade. Muitas vezes colocamos uma cobrança muito maior do que de fato é. E deixamos de ter ou sentir uma autocompaixão, tornando a vida cada vez mais desafiadora.

E como é ser psicólogo neste momento de tanta instabilidade? Fico aqui pensando que antes de sermos psicólogos somos SERES HUMANOS e questionamentos surgiram diante deste novo quadro como todos:

  • Será que estou com COVID?
  • O que vai acontecer comigo nesse período?
  • E se eu perder alguém?
  • E se eu morrer?
  • O que eu faço com o que estou sentindo agora?
  • E se eu surtar?

Sim, essas perguntas também passam pelas nossas cabeças e junto com elas muitas outras.

Diante deste período em que ficamos totalmente sem controle de nada foi importante investir no autocuidado.

Eu fui buscar ajuda através da dançaterapia, pois senti uma necessidade enorme de expressar meus sentimentos sem ser pela fala.

Depois fiz bastante mandalas terapêuticas para ampliar meu olhar no que de verdade estava acontecendo dentro de mim.

Continuei minha terapia e redobrei a atenção em mim.

Foram e ainda são momentos desafiadores. Momentos de luto, de incertezas, de falta, de sentimentos diversos.

Neste período ser vulnerável e pedir ajuda foi de extrema importância nesse processo.

No livro, A Coragem de ser você mesmo, Brené Brown traz um texto da professora Zen Budista, Roshi Joan Halifax, em que ela diz:

“Com muita frequência a nossa suposta força vem do medo, não do amor; em vez de ter costas fortes, muitos de nós temos uma fronte fortificada protegendo uma coluna fraca. Em outras palavras, andamos por aí frágeis e na defensiva, tentando disfarçar a nossa falta de confiança. Se fortalecermos nossas costas, metaforicamente falando, e desenvolvermos uma coluna flexível, mas resistente, poderemos nos arriscar a ter uma fronte suave e aberta. (...) Como podemos dar e receber cuidado com compaixão de costas fortes e fronte suave, passando do medo para um lugar de genuína ternura? Acredito que isso só acontece quando conseguirmos ser transparentes de verdade, vendo o mundo com clareza e deixando o mundo ver dentro de nós.”

Neste momento de vida precisamos de coragem e para isso, Brené Brown traz lindamente como fazer isso:

–> Limites: Aprender a definir, preservar e respeitar limites. O desafio é se desapegar da admiração dos outros e do medo de decepcioná-los

–> Confiabilidade: Aprender a se expressar com transparência e não falar da boca para fora. O desafio é não exagerar nos seus esforços e nas suas promessas só para agradar os outros ou provar alguma coisa a eles.

–> Responsabilização: Aprender a amadurecer, ser responsável, assumir a responsabilidade e pedir desculpas sinceras quando estiver errado. O desafio é se desapegar da culpa e ficar bem longe da vergonha.

–> Sigilo: Aprender a guardar segredos, discernir o que é da nossa conta e pode ser compartilhado e o que não é. O desafio é parar de usar fofocas, a intimidade de ter um inimigo em comum e o compartilhamento excessivo para facilitar a conexão.

–> Integridade: Aprender a praticar os nossos valores mesmo quando for desconfortável e difícil. O desafio nessas horas é escolher a coragem no lugar da comodidade.

–> Não Julgamento: Aprender a dar e receber ajuda. O desafio é dissociar a nossa identidade e a nossa fonte de autoestima do rótulo daquele que “sempre ajuda e conserta tudo.”

–> Generosidade: Aprender a definir os limites que permitem ser generosos nas nossas suposições alheias. O desafio é ser franco e claro com os outros sobre o que é aceitável e o que não é.

Que seja consciente e leve.

Conteúdo desenvolvido por Gomér Gonzaga / Psicóloga

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Uma busca pelo autoconhecimento e a paixão pela vida me fizeram escolher a Psicologia, algumas pessoas dizem que foi a Psicologia quem me escolheu. De formação em formação fui experimentando e me conhecendo para poder cuidar de mim e do outro. Espero partilhar meu conhecimento com vocês. ????

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